quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Chuva

Precipitação constante,
Chamas-me à janela para que te veja,
Para que te sinta a afagar a minha pele
E te leve comigo nas minhas viagens.
Oh chuva chuva, só tu me fazes sentir assim,
Só contigo estou adormecido mas desperto
Numa antítese de sensações, cheiros, cores.
Cais em mim como nas mais pequenas e delicadas flores
E tornas tudo tão mais cristalino.
Quero sentir-te por entre os dedos,
Quero que te sintas em mim chuva!
Mas não quero sair daqui
Do conforto do meu espaço.
E espero até que voltes para outro abraço,
Talvez aí sim esteja pronto para te receber,
Talvez nesse dia ou nessa noite
Decida caminhar em tua direcção,
Mas hoje não.
Hoje o dia não é de chuva nem de sol.

Chuva persistente!
Dilúvio permanente que me tenta à janela,
Fazes-me sentir criança outra vez.
Suscitas em mim curiosidade e fascínio
E delírios doentios e febris,
Fazes-me sentir vivo.
Por mais que tente fugir-te,
Por mais que navegue para longe de ti e dos teus pensamentos
Irás sempre encontrar-me.
Porque tu és mesmo assim.
E esperas por mim,
Sempre leve e despreocupada.
E há sempre algo em mim que grita,
Algo que me suplica
Que te deixe entrar.
Que te deixe tocar no meu corpo,
Que te faça sentir como me sinto.
Talvez ceda, talvez não…
Quem sabe um dia,
Mas hoje não.
Hoje o dia não é teu,
Hoje ainda não choveu.

-G

1 comentários:

Selenyum disse...

Deixaste-me com vontade de apanhar chuva :D

 
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