quinta-feira, 2 de julho de 2009

Diários de um coelho

Os anos passaram no país da lua lar do coelhinho azul e da coelhinha rosa… Foram dois anos e oito meses, no calendário humano, mas bem sabem que naquele país distante o tempo não é exactamente como o conhecem. No entanto, e após tão largo período, a passagem dos anos em nada se notava naqueles dois. A vida corria-lhes bem, as cenouras continuavam laranja, a erva continuava verde e cada um deles continuava a ser o que sempre fora, ela uma coelhinha rosa e ele um coelhinho azul. Continuavam amigos, confidentes, companheiros e poder-se-á dizer até, porque não, namorados.
A sua vida até aqui fora calma, tranquila, e nada os parecia abalar. A sua amizade, o amor entre aquelas duas criaturas aumentava de dia para dia e já não havia quem pusesse em causa o destino daqueles dois. É certo que havia dias em que a coelhinha queria comer cerejas em vez de cenouras, e que outras vezes era o coelhinho azul que se debatia para não saltar tão alto dentro de casa… Mas sempre resolveram as suas desavenças e sempre permaneceram fiéis à ideia de que não existiriam um sem o outro.
Certo dia uma tempestade aproximava-se! Uma tempestade de neve… Já não as havia há anos. A memória de tal tempestade remontava aos primeiros tempos do seu mundo fantasioso… À altura em que construíram uma cabana. É verdade, já quase esquecida, na montanha existia uma cabana, daquelas à prova de todas as tormentas que à altura atormentavam os pobres coelhos.
A tempestade chegou… A neve cobriu por completo aquele mundo e o vento, terrível vento, provocou a queda de todas as árvores, de todas as casas. Foi então que no nevoeiro se perderam. Gritava “coelhinha rosaaaaa” mas não ouvia resposta para além dos uivos daquele maldito malfeitor. Sem forças para continuar decidiu pôr-se a caminho da cabana. Talvez a coelhinha tivesse a mesma ideia e fosse ter lá com ele. Abriu a porta… Lá dentro havia pó, pó e mais qualquer coisa, um balão vermelho, já desgastado pelo passar dos anos, quase sem ar, e um cachecol com um beijinho teu na ponta e com algumas marcas de dentadas dos ratos. Foi então que um súbito pensamento me assolou… Porque é que sempre que ao pensarmos no futuro nos vamos esquecemos do passado?
Enchi de novo o teu balão e limpei-o com a minha camisola, coloquei o cachecol ao pescoço e saí. Saí para encontrar a única coisa que me salvaria da tempestade. A única felicidade que tivera até esse momento… Saí para te reencontrar. A ti! Minha coelhinha rosa.
Foi nesse momento de lucidez divina que me tornei de novo o teu coelhinho azul.

Blue Snow Rabbit
PS: Uma história para contares à Carolina se ela ainda gostar deles...

sábado, 30 de maio de 2009

Às vezes não percebo algumas coisas...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Distância


Na linguagem corrente, s distância é a medida da separação de dois pontos. A distância entre dois pontos é medida pelo comprimento do segmento de recta que os liga. Quando se fala na distância entre dois pontos da superfície da Terra, então a distância é o mínimo comprimento entre as possíveis trajectórias sobre a superfície partindo de um ponto e atingindo o segundo.

Para mim é apenas sofrimento, tristeza, morte lenta do sorriso. É andar, andar, andar e nunca chegar. Porque quando se chega deixa de existir distância e a meta nunca é como se imaginou.





Que me quereis, perpétuas saudades?
Com que esperança inda me enganais?
Que o tempo que se vai não torna mais,
E se torna, não tornam as idades.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar.
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.

- Álvaro de Campos


Há dias assim.
E são sempre dias que custam a passar e que não são apagados durante a noite... Principalmente quando se repetem vezes sem conta...
Mas há dias assim.

*x*

quinta-feira, 19 de março de 2009

Candlelight

  Acende a luz, preciso de te ver! Preciso de guardar uma imagem de nós os dois juntos porque não sei quando nos voltaremos a encontrar assim, na mesma cama, debaixo dos mesmos lençóis, com os teus lábios a percorrerem o meu pescoço e o meu peito cheios de desejo...
  Acende uma vela que seja porque tenho de saber que não estou a sonhar, que é verdade, que neste instante és só meu...
  Pega nas minhas mãos e aquece o meu corpo. Diz-me que está tudo bem e que este momento é só nosso, que ninguém o vai atrapalhar ou apagar... Usa os teus olhos e a tua respiração para me prometeres que não é a última vez, que não consegues passar muito tempo sem estas nossas noites.


Porque eu não aguento muito tempo longe de ti.


quarta-feira, 18 de março de 2009

Silêncio das Palavras

Nada me alegra mais que uma palavra,
E nada é tão inversamente paralelo como o silêncio.
Tento ouvir-te ao longe,
Nem que apenas um sussurro,
Um murmúrio moribundo por entre o som da chuva que vai caindo,
Mas nada…
A cada pingo que me cai sobre a face
Imagino o que dirias se me visses,
Se apenas reparasses na existência das minhas palavras,
Na essência de um pensamento que não existe isolado
E que vive na quietude narcisista do ser
Apenas o ser,
Nada mais que ser ele próprio em silêncio.
Ouço-me apenas a mim.
Ouço repetidamente o som das minhas palavras sem resposta,
O deslizar de uma caneta sobre uma folha em branco,
Uma tecla seguida da outra…
A partir daí?!
A partir daí não ouço nada!
Talvez um dia o meu pensamento se cale para sempre…
Talvez nesse dia me queiram ouvir…

-G

Cinza

Sente-se o amor no ar,
Não se sabe bem de onde vem
E muito menos se sabe para onde irá,
Mas a realidade nua e crua é tão simples como clara,
Há amor em mim!
Há-o em abundância tal que pondero seja demasia,
Um laivo de extremismo exacerbado,
Um acto de covardia pessoal,
Um refúgio num sentimento tão puro que me entristece tratá-lo assim.
Mas necessito desse extremo.
De me sentir arrasado por tal sentimento,
De ser mais que um simples peão,
Mais que me sentar a ouvir, ou a falar, ou a ser o que não quero.
Idealizo-te, sonho-te, quero-te.
Quero que não faças sentido,
Quero sentir-te em mim,
Que ardas no meu interior até nada restar,
Nada ou talvez apenas cinza…

-G

sexta-feira, 6 de março de 2009

Carta a Elatha

Se ao menos hoje pudesse ver-te!
Não tocar-te, não sentir-te, apenas ver-te. Observar o toque suave do vento no teu cabelo, sentir a mesma brisa que te acaricia a pele, olhar o teu reflexo na água cristalina.
Oh Elatha!
Só espero que estejas bem.
Há muito que partiste sem dar notícias e o desespero tem tomado conta de mim.
Lembro continuamente o dia em que jurámos permanecer unidos!
"Poderia eu, ter um momento de amor contigo?" disseste ao meu ouvido num sussuro, e acariciando-me a áspera face decidiste amar-me para sempre.
Por onde andarás meu amor? Que hediondas circunstâncias te separam de mim numa noite como esta?
As estrelas perguntam-me porque estou sozinho, An Laoi não é o mesmo sem o teu brilho, o teu sorriso, a tua presença ofuscante. Todos sentem falta da dança, da voz doce, da alegria que trazes aos nossos corações… Ao meu coração!
Amanhã começa o inverno, o mesmo inverno que adoras. Espero que te traga nos seus braços para te colocar nos meus.

Com esperança…
Galahad!

-G

quarta-feira, 4 de março de 2009

Mapa Astral

Estrelas!
Guias solitárias da noite,
Existis porque sois belas.
Independentes, autónomas,
Repousam no céu entrando nas nossas vidas
Como raios de esperança, calma,
Paixão!
E ouço-vos…
Doce melodia a vossa,
Gentileza rude de quem está sempre a observar,
A escutar, a sentir o que não sentimos.
Que inveja de vós estrelas…
De poder entrar no vosso mundo,
De pensar, de sentir,
De pintar uma realidade imaginada
Com cores quase tão belas como vós!
Mas não está na minha natureza, no meu mapa,
A mim cabe-me apenas olhar-vos,
Contemplar-vos nesta noite sem lua,
Onde só vós existis para me manter são!

-G

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Pequenos momentos

Ouço o teu respirar... 

Tão calmo, tão sereno, tão perdido no meio dos teus sonhos! 
Será que entro neles? Não importa, estás feliz com esse sonho e daqui a um bocado já te vou acordar...
A tua mão está a pedir a minha, a tua bochecha pede um beijo e os teus cabelos uma carícia... 
Acordaste... Afinal sonhaste comigo!
Shhh... Não sabes o que estou a escrever!


Pronto, vou dar-te um beijo.
Amo-te!


*x*

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009





(ainda te amo)


*x*




quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

"Make This Go On Forever"

Percorre os espaços sombrios das ruas desertas de uma cidade distante.
Vive palpitando, fluindo, crescendo e morrendo com o passar dos segundos.
Procura por entre as casas, as fontes, os lugares por alguém que o acompanhe.
Talvez hoje encontre alguém...



And I don't know where to look

My words just break and melt

Please just save me from this darkness

-G

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Um mês

Como o blog faz hoje o seu primeiro mês vou escrever uma história feliz... Guardei-a para uma ocasião especial.
*Oops*
Reparei agora que a história é grande demais para o sono que tenho, por isso vou só pôr a última parte já que tem a ver connosco e que hoje não é só o blog a fazer meses e assim...

Afinal ninguém sentia o que eles estavam a sentir por isso não iam entender!(...) Pararam ao pé do rio e apreciaram a paisagem. 
Como é bonita a sua cidade! 
Ela começou a dizer palavras atrás de palavras, já não as conseguia manter só em pensamento mas também não as dizia numa ordem compreensível... Que grande confusão que ia dentro da sua cabeça! Ele interrompeu-a com um beijo.
Gosto de ti.
É isso... 
E ela suspirou de alívio.

Às vezes custa-me dizer coisas com sentido... Mas é isso, gosto de ti!(e muito mesmo!!)
Happy 26th.  

*x*

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

vinte minutos.

Vamos passear?
Sim! Onde me queres levar?
Hum... Hoje podemos ir para aquele mundo à parte, só nosso... Podemos pernoitar por lá!
Estava mesmo a precisar disso mas não nos pode trazer problemas?

Não, acho que ninguém vai reparar. E lá já estão com saudades do teu sorriso!
*sorriso sonoro*
Ficas tão bonita quando sorris!
E dizeres-me isso ao ouvido?
Olha que chego aí em 20 minutos!
Deve chegar para me despachar mas se for preciso também esperas, certo?
Não sei! Sou capaz de bater à porta e pedir para falar contigo...
Não tinhas coragem!
Nem tu conseguias fazer-me esperar...
20 minutos?
20 minutos.

********************
é preciso bater à porta?
não, desço já!
**

Amo-te!
Ainda bem que vieste...
Vemos juntos o nascer do sol?
Só se for no nosso mundinho... Ainda te lembras do caminho que fazíamos?
Ouvi dizer que aquilo está diferente mas acho que há coisas que não se esquecem.

Piscou-lhe o olho e deu-lhe um beijo. Sim, algumas coisas estavam diferentes mas para eles era como se nada tivesse mudado.



Hoje acordei feliz e numa certa altura do dia tive aquela sensação maravilhosa no coração que diz que vai ficar tudo bem... Aqui está o fruto: uma história com um final feliz em que as personagens são normais e sem grandes dramas/dilemas psicológicos (quer dizer, se.....não, não vamos por aí). Agora é ter fé que outro dia como hoje vai aparecer ;D

*x*

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009


Telefona-me.
Telefona-me e diz tudo o que te vai na alma. Marca estes números que ja sabes de cor e não escondas nada, não tenhas medo! Diz que precisas de mim todos os minutos ou que já não aguentas estar ao meu lado, diz-me que sonhas com um futuro nosso ou com vidas completamente separadas... 
Mas telefona-me apenas.
Telefona-me porque não ia conseguir olhar-te nos olhos fossem quais fossem as tuas palavras, telefona-me porque não te quero mas não sei viver sem ti...

Só quero ouvir o teu coração através dos teus lábios. Quero sentir que te tenho quando preciso e que com um simples clique num botão te faço desaparecer e sou livre! Tu mexes comigo mas não posso deixar-te entrar no meu mundo...


Estarei a pedir demais?

*x*

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Segredo

Quero contar-te um segredo.
Daqueles segredos secretos
Que por serem segredo
Não se contam a ninguém.

Dos meus lábios nasce um sussurro
Inconstante,
Um sibilar de serpente
Impotente,
Incapaz de alcançar o teu ouvido,
De te tocar o coração, a mente,
Talvez até a alma.

Quero contar-te um segredo.
Quero confiar-te o que de mais profundo e secreto
Vai pairando no meu sótão de memórias
Mas não confio nas palavras.

Como se conta um segredo
Quando não se sabe contar?

-G

Poema Triste

De onde vêm as coisas?
A chuva, o vento, a brisa suave do mar?
De onde vêm os sentimentos?
A tristeza, a saudade, a euforia ou o amor?
De todos eles sinto falta,
De todos sem excepção.
E dói-me a cabeça,
A alma e o corpo vazios,
Um aquário cristalino sem peixes.
Sou agora o que nunca quis ser,
Uma canção sem letra e sem melodia,
Cantada por ninguém e para ninguém,
Tudo em mim carece de um sentido seja ele qual for,
E sinto dor.
Finalmente a sinto em mim.
Sem explicação a sinto quando a não deveria sentir,
E existo sem viver!

-G

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A Lua Triste e o Sol de Inverno

Era uma vez…
Começo esta história como todas as histórias devem começar, com um era uma vez sentido, fazendo-nos acreditar que aquilo que lemos é na verdade uma ilusão, uma criação da imaginação.
Era uma vez então um sol de inverno. Não como outros sóis de outros dias. Este não era quente, não era grande e vistoso. Era antes um pequeno sol que como qualquer bom sol que se preze aparece no início de um dia seja ele qual for. Veio substituir uma velha lua. Era a sua última noite como lua e tinha sido uma noite escura, como são as noites de inverno. A Lua estava triste, sentia frio, já não tinha a vivacidade de outros tempos e já não acreditava em segundas oportunidades. A sua vida como lua tinha chegado ao fim sem que pudesse despedir-se das suas amigas estrelas.
Foi então que ao passar pelo Sol, no corredor das mudanças dos dias, ele lhe sorriu e acenou. Espantada a Lua olhou de novo e lá estava ele a sorrir.
Como pode aquele sol estar feliz? O dia vai estar frio, as nuvens vão impedir que veja o mundo, no entanto está feliz… Apressou-se ao encontro dele e perguntou a razão de tanta felicidade. O Sol olhou a Lua nos olhos, deu-lhe a mão e pediu-lhe que fosse com ele. Entraram juntos e nesse momento o Sol brilhou como nunca tinha brilhado antes, o dia frio e escuro de inverno era o dia mais bonito que a lua vira até aqui.
O Sol disse com suavidade:
- Fica comigo no céu! Sê a minha Lua e eu serei o teu Sol. Ficaremos juntos e brilharemos para sempre… - Subitamente, a velha Lua transformou-se, a alegria que lhe proporcionara aquele momento fez com que rejuvenescesse. Foi como se nascesse outra vez e ficou para sempre junto do seu Sol.
Nada mais os incomodava, nada mais pode desvanecer a sua existência. E é por isso que hoje, quando olhamos o céu, o mesmo Sol e a mesma Lua continuam lá. Sempre juntos e para sempre apaixonados.

-G

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Desencontros

O que é a vida senão um conjunto de desencontros, uma serie de caminhos que não estamos destinados a percorrer mas que teimamos em seguir.
Nada em nós se decide facilmente, nada é simples como a chuva, o vento, o sol ou as estrelas e teimamos em tentar ser felizes com o que não temos.
Pensar custa mas é um mal necessário. Tu, mais que ninguém, devias saber isso.
Encontro-te sempre da mesma forma, sempre com um sorriso esboçado nos lábios, finos, vermelhos de uma expressão quase utópica, és feliz como és e eu…
Oh eu! Eu sou feliz por saber que existes. Nem que o desencontro das nossas vidas diga que nunca estarei perto de ti como já estive, que nunca mais serei teu, nunca mais seremos nós.
Afinal o ser humano está talhado para procurar. Procurar a felicidade ténue de um momento, e vivê-la vezes sem conta na sua memória, ensaiá-la de formas diferentes nos seus sonhos. O que é, o que foi e o que poderia ter sido.
A vida não é um caminho, não é uma passagem.
A vida é um desencontro.

-G

Chuva

Precipitação constante,
Chamas-me à janela para que te veja,
Para que te sinta a afagar a minha pele
E te leve comigo nas minhas viagens.
Oh chuva chuva, só tu me fazes sentir assim,
Só contigo estou adormecido mas desperto
Numa antítese de sensações, cheiros, cores.
Cais em mim como nas mais pequenas e delicadas flores
E tornas tudo tão mais cristalino.
Quero sentir-te por entre os dedos,
Quero que te sintas em mim chuva!
Mas não quero sair daqui
Do conforto do meu espaço.
E espero até que voltes para outro abraço,
Talvez aí sim esteja pronto para te receber,
Talvez nesse dia ou nessa noite
Decida caminhar em tua direcção,
Mas hoje não.
Hoje o dia não é de chuva nem de sol.

Chuva persistente!
Dilúvio permanente que me tenta à janela,
Fazes-me sentir criança outra vez.
Suscitas em mim curiosidade e fascínio
E delírios doentios e febris,
Fazes-me sentir vivo.
Por mais que tente fugir-te,
Por mais que navegue para longe de ti e dos teus pensamentos
Irás sempre encontrar-me.
Porque tu és mesmo assim.
E esperas por mim,
Sempre leve e despreocupada.
E há sempre algo em mim que grita,
Algo que me suplica
Que te deixe entrar.
Que te deixe tocar no meu corpo,
Que te faça sentir como me sinto.
Talvez ceda, talvez não…
Quem sabe um dia,
Mas hoje não.
Hoje o dia não é teu,
Hoje ainda não choveu.

-G

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O tom vermelho que pinta as bochechas

Carlos. 23 anos. A acabar o curso. Ainda não sabe o que quer.

Apaixonou-se há uns anos mas estava tão entretido com a parte académica da sua vida que não percebeu o que ia na cabeça dela...
A noite já estava fria, não havia uma única estrela no céu e o rádio não preenchia aquele vazio que ele sentia sem saber porquê... O telefone tocou.

- Precisamos de falar. Podes vir ter comigo?
- Estou cansado... Talvez amanhã, sim?
- Não. Não quero mais assim! É melhor não nos vermos por uns tempos...
- Quanto tempo?
- O que for preciso para te esquecer.

A noite ficou mais fria, o céu mais escuro, o rádio continuava incapaz de lhe preencher a alma.

It's amazing how you can speak right to my heart/ Without saying a word you can light up the dark/.../

A música dela... A música que ela adora mas a faz corar quando o admite, aquele tom vermelho que lhe pinta as bochechas nos momentos mais engraçados e especiais, como pintou na primeira vez que permitiu que ele lhe desapertasse uns botões da blusa para melhor beijar o seu pescoço os seus ombros... Parou o carro e chorou.
...
Está a chover... Já é meio dia e a Andreia continua a dormir. Ele já não a ama mas não quer ficar sem ela... Pega no telemóvel e marca aquele número. Fica imóvel a olhar para o ecrã enquanto o seu pensamento voa.

- O que estás a fazer?
- Nada, estava só a ver as horas...
- Preciso de tomar um banho e mudar de roupa, levas-me a casa?

Ele queria que a Andreia fosse um bocadinho mais compreensiva, que exigisse um bocadinho menos, que fosse um bocadinho mais independente, que... que... não fosse ela.
O Carlos ainda não se apercebeu que o seu coração chama outro nome... Telefona-lhe todas as noites; às vezes desabafa, outras fala sobre tudo e sobre nada e outras é só para dizer boa noite... No entanto, ainda não percebeu por que ainda o faz em segredo, o que está errado na história... Ainda não percebeu o que realmente quer.

Enfim, inspirações que vêm sem mais nem menos... Que nos dominam os dedos e resistem às técnicas de purificação de proteínas para se renederem a uma folha branca com letras vindas do coração...
Isso ou ando a ouvir conversas alheias quando vou comprar água.

*x*

domingo, 4 de janeiro de 2009

De cabelo ao vento

Sopra vento
Não com a força de outros temporais,
Mas com a delicadeza que uma senhora te merece.
Parece perdida de cabelos ao vento,
Calmos e cintilantes.
Não vejo a lua esta noite,
Apenas estrelas e um sol.
Que desassossego cria em mim o vermelho esvoaçante,
A timidez fatal e cativante de um reflexo ao luar.
Sopra vento, porque é tua esta noite,
Tua e de mais ninguém
Tua porque só tu podes ousar aproximar-te,
Só tu podes acalmar o seu desejo de horizonte inalcançável,
Só tu a podes libertar e cativar.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

2009?

Vamos todos deixar um beijinho ou um abraço ao Gonçalo que está doente... P'ra ele também começar bem o ano novo!!


O meu já cá está... E é ele que o vai curar, não são os vossos nem nenhum Brufen... xD
Mas fica smepre bem deixarem voces também o vosso apoio.
Vá, sem vergonha! :D

Beijinho, Gonçalo!*

*x*

 
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